sábado, 10 de outubro de 2009

BRASIL OLÍMPICO - RIO 2016 - 1

Inauguro este Blog com o tema inevitável dos últimos dias - as Olimpíadas do Rio em 2016.

Esclareço, desde já, que me posicionei contra a realização dos Jogos no Rio. Não por ser ranzinza, do contra ou por oposição gratuita. Após haver apoiado o projeto do PAN 2007 e ter-me entusiasmado com a indicação do Rio para sede do evento, senti-me decepcionado pela execução de várias etapas do projeto, notadamente pela mutilação do Autódromo Internacional Nelson Piquet (o Autódromo de Jacarepaguá), um marco do automobilismo brasileiro, para a construção de 3 equipamentos - um Ginásio Poliesportivo - a Arena Multiuso, um Complexo Aquático - o Maria Lenk e um Velódromo para sediar competições do mega-evento, que poderiam ter sido localizados em outros terrenos, sem utilização, como a área do Rock in Rio, por exemplo. O Autódromo, em si, é matéria para outras e futuras discussões.

O Legado - após o término do PAN o que se viu foi o quase abandono dessas instalações esportivas, com a Arena um pouco mais utilizada, sediando mais shows musicais e outros eventos do que competições esportivas. As piscinas do Maria Lenk viram muito poucas provas e, desde Maio, deste ano, permanecem fechadas. O Velódromo, tem uma história mais triste. Chegou a ser utilizado até para treinamento das equipes de Judô! Ciclismo ? Nada.

E os outros equipamentos construídos e reformados para as demais competições?

O Estádio João Havelange - o Engenhão, foi cedido ao Botafogo de Futebol e Regatas, mediante arrendamento, para jogos de futebol. Poucas competições de atletismo aconteceram nesses últimos dois anos.

Já o Parque Aquático Júlio Delamare, no complexo do Maracanã, que foi totalmente reconstruido para sediar a competição de Polo Aquático do PAN 2007 será demolido, agora para a Copa do Mundo de Futebol de 2014. E o que se gastou nele? Junto será também demolido o Estádio de Atletismo Célio de Barros, também no Maracanã. Para que? Para permitir a construção de estacionamento para atender às exigências da FIFA.

E o restante do chamado "legado" do PAN? O que sobrou para a população? Onde estão os corredores de transporte, a reurbanização de áreas carentes vizinhas às instalações na Barra (na verdade Jacarepaguá), a limpeza do complexo lagunar de Jacarepaguá - as lagoas da Tijuca, Jacarepaguá, Marapendi e Camorim? Onde estão os projetos esportivos destinados à juventude carente? Segurança? Durante o PAN, a paz. Terminados os jogos, a volta da violência.
E, finalmente, o que dizer do superfaturamento de obras? Há ações na Justiça e já há uma condenação, em primeira instância.

O Projeto Olìmpico Rio 2016 prosperou e triunfou. E de modo incontestável, do ponto de vista da votação final - 66 votos contra 32 dados a Madrí.

Muito bem! Ao invés de atrapalhar, creio que, agora, uma postura vigilante deverá ser adotada por todos nós, para que os espertalhões de plantão não se aproveitem do entusiasmo e apoio popular. Importante, também, é exigir transparência para que todo o Projeto Olímpico seja conhecido pela população e para que não haja "surpresas" nesses próximos anos.